quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Já foi

Essa dor que me acompanha,
Que meu corpo  todo estranha,
Nem a alma compreende.

Vem pra contorcer entranhas,
Numa penosa campanha,
Num sentir inconseqüente.

É um caminhar na rua
Sem minhas mãos
Perto das tuas.

É uma lua cheia
Sem o som dum sorriso
Que me clareia.

Mas a lembrança que acompanha,
Que meu corpo ainda estranha,
Disso o coração entende.

É um partir levando entranhas,
Na dolorosa façanha
Duma paixão sem precedentes.

domingo, 8 de setembro de 2013

Camisa da lua de Vênus

A gola de sua camisa me enforca,
Por ser sua tem a força
que entorta
cada gesto meu.

A gola de sua camisa me encanta
Abre no teu peito
e  espanta
Os  não que carrego em mim.

Essa gola morta,  desmiolada como eu,
Não importa  o quanto
Ou quando volta,
Pelo caminho que ora escolheu.

Sempre será a gola que corta
A voz de minha boca que te quer.

Sempre será a gola, navalha,
Rasgando a porta do amor
Que ora, por horas,
Nos teceu.